O Salário emocional é um conceito que se originou com a Felicidade Interna Bruta (FIB), um indicador de desenvolvimento do Butão, país localizado na região do Himalaia. Ao implementar o conceito, busca-se medir o progresso da comunidade com base em critérios além dos econômicos e materiais.
Esse salário refere-se a um conjunto de fatores oferecidos pela empresa que proporcionam incentivos emocionais e motivacionais aos funcionários, promovendo um bom ambiente de trabalho. O objetivo é aumentar o engajamento, o comprometimento e a produtividade da equipe, motivando as pessoas a permanecerem na empresa.
Os elementos do salário emocional não estão ligados diretamente aos benefícios obrigatórios por lei ou à remuneração financeira. Eles são intangíveis e subjetivos, variando de acordo com as características e necessidades dos profissionais em cada organização.
Essa abordagem busca oferecer vantagens que vão além do básico oferecido pelas empresas aos colaboradores. Inclui fatores como qualidade de vida no trabalho, reconhecimento e cultura organizacional. Essas vantagens são adotadas por empresas com visão moderna, que consideram o capital humano como o motor do sucesso dos negócios.
De acordo com o autor Chiavenato, especialista em administração de empresas e gestão de recursos humanos, a qualidade de vida no trabalho “representa em que graus os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização”. Dessa forma, o salário emocional é uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade de vida da equipe e, consequentemente, impactar positivamente os negócios.
Qual é a importância do salário emocional para as empresas?
Os fatores que compõem o salário emocional incentivam os funcionários a permanecerem na empresa, reduzindo a taxa de turnover e aumentando a retenção de talentos. Uma pesquisa realizada pela Catho revelou que 90% dos trabalhadores da plataforma desejavam mudar de emprego em 2020, buscando melhor qualidade de vida, condição financeira ou mudança de segmento.
Esses dados destacam a importância do salário emocional para as empresas, pois a saída de um profissional não se deve apenas à remuneração. Questões como falta de oportunidades de crescimento, liderança inadequada, ambiente de trabalho ruim e baixa qualidade de vida também aumentam a rotatividade de colaboradores.
No entanto, reduzir o turnover não é a única razão para investir em salário emocional. Atender às necessidades e satisfações dos funcionários é benéfico para ambas as partes. Funcionários motivados e satisfeitos trabalham com propósito e significado, o que aumenta o engajamento e a produtividade. Os resultados são funcionários mais proativos e produtivos, que se identificam com a empresa.
Qual é a importância do salário emocional para os empregados?
Atender às necessidades dos colaboradores traz muitos benefícios aos profissionais. Segundo o FIB, o salário emocional, que integra o material com o não material, pode impactar positivamente os funcionários ao considerar fatores como:
Saúde: oferecendo espaços para cuidados com a saúde dentro da empresa.
Gestão do tempo: permitindo flexibilidade de horário para equilibrar trabalho e vida pessoal.
Bem-estar psicológico: considerando satisfação pessoal e gestão do estresse.
Vitalidade comunitária: analisando a interação e engajamento nas comunidades.
Educação: oferecendo oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.
Cultura: promovendo conexões com tradições regionais e locais.
Meio ambiente: incentivando práticas sustentáveis.
Governança: avaliando a interação do funcionário com a sociedade.
Padrão de vida: analisando renda, posses, dívidas e qualidade de vida.
Esses fatores mostram a importância do salário emocional para os colaboradores, promovendo interações humanas entre empresa e funcionário, e entre empresa e comunidade. Para a nova geração de talentos, benefícios financeiros não são suficientes para suprir todas as necessidades. Elementos emocionais e motivacionais tornam-se tão importantes quanto o salário.
Tipos de salário emocional
Cada segmento de negócios e organização pode aplicar o salário emocional de diferentes maneiras, dependendo do perfil dos colaboradores. Exemplos incluem:
- Ambiente organizacional positivo e saudável.
- Recompensas e outros benefícios.
- Programas de treinamento para autoconhecimento e motivação.
- Comunicação clara entre toda a equipe.
- Bons relacionamentos interpessoais.
- Oportunidades de desenvolvimento pessoal e crescimento interno.
- Transparência nos objetivos da empresa e nos processos.
- Flexibilidade na rotina organizacional.
- Oportunidades de progressão na carreira.
- Reconhecimento pelo trabalho e feedbacks positivos.
- Estímulos a novos desafios.
- Celebração de datas comemorativas.
- Avaliações objetivas e diretas.
- Programas de lazer para funcionários e suas famílias.
- Programas de aprendizado.
- Tarefas que exploram talentos individuais.
- Sentir-se parte da empresa.
- Liderança eficiente e inspiradora.
- Ferramentas de psicologia organizacional, como mapeamento de modelos de gestão, perfis de colaboradores e avaliação de desempenho.
- Atenção às necessidades pessoais e profissionais dos colaboradores.
Cuidados ao adotar o salário emocional
Agora que você conhece os benefícios do salário emocional, é importante entender os cuidados necessários ao lidar com ele. Embora seja vantajoso, é essencial que você encontre um equilíbrio entre o salário emocional e a remuneração financeira. Enquanto o salário emocional pode motivar e engajar, usá-lo para substituir um aumento salarial pode não trazer os resultados esperados. Aqui estão alguns cuidados a serem observados:
Saiba diferenciar entre salário emocional e remuneração financeira: O salário emocional não deve ser utilizado pela empresa em lugar de revisões salariais ou ajustes de remuneração que são justos.
Compreenda as características do salário emocional: Certifique-se de entender como o salário emocional funciona e quais benefícios você está recebendo. O uso incorreto ou prolongado pode resultar em desengajamento.
Busque valor agregado e desenvolvimento: Os benefícios oferecidos pela empresa devem agregar valor ao seu trabalho e contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento profissional.
Enfatize o desenvolvimento de competências: Não se contente apenas com benefícios, mas busque oportunidades para aprimorar suas habilidades e competências.
Esteja atento a estratégias genuínas da empresa: O salário emocional deve fazer parte de uma estratégia da empresa que realmente valoriza e desenvolve os funcionários, e não apenas uma tática para atrair talentos. Certifique-se de que a empresa está comprometida com seu bem-estar e desenvolvimento profissional.
Fonte: Convenia
Imagem: Canva