Após meses de intensas negociações, os funcionários do Banco do Brasil do Rio Grande do Sul vão receber a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) na última sexta-feira (28). A medida foi alcançada após a flexibilização das metas, uma pauta de reivindicação do SindBancários que vinha sendo defendida desde o meio do ano passado, especialmente devido às dificuldades enfrentadas pelas agências afetadas por desastres causados pelas enchentes e atrasos nas reformas.
O processo de flexibilização das metas teve início em julho, quando o sindicato e a direção do Banco do Brasil realizaram a primeira reunião em Brasília. Naquela ocasião, a expectativa era de revisar as metas, mas a resposta do banco foi de que ajustes não seriam possíveis naquele momento, o que demonstrou total insensibilidade por parte da direção do banco.
Em agosto, o sindicato seguiu cobrando pela flexibilização, mas, mais uma vez, a direção do banco se mostrou resistente, informando que as condições para realizar mudanças ainda não estavam dadas. Contudo, a situação começou a mudar em novembro, quando Kelly Quirino, conselheira do Banco do Brasil, visitou o estado e foi acompanhada pela diretora do SindBancários, Priscila Aguirres, para discutir a recuperação das agências afetadas pelas enchentes. Durante a visita, Kelly ouviu os relatos do sindicato sobre a reivindicação, que também era dos trabalhadores, sobre os desafios enfrentados, como o atraso nas reformas.
A conselheira então levou a demanda para o Conselho de Administração do Banco, incluindo a Diretoria de Varejo, para avaliar como ajustar as metas de maneira a beneficiar os trabalhadores da região. “A pressão foi fundamental para que a questão fosse finalmente compreendida pela diretoria”, destaca Priscila Aguirres, que também é funcionária do Banco do Brasil.
Em dezembro, a superintendente estadual do Banco do Brasil confirmou que haveria uma análise para flexibilização das metas após o fechamento de 2024. E, em janeiro, a flexibilização foi finalmente confirmada, garantindo que todos os funcionários do Rio Grande do Sul, especialmente nas áreas afetadas, recebessem a PLR, mesmo sem ter cumprido as metas inicialmente estabelecidas.
Este resultado é fruto de um longo processo de diálogo e negociação, que contou com diversas etapas de cobrança e articulação. “É muito importante que os trabalhadores entendam que foi uma benesse do banco, mas uma conquista da mobilização dos trabalhadores e do trabalho do sindicato. A flexibilização das metas foi a única maneira de garantir que todos tivessem direito à PLR”, reforça Priscila.
O pagamento da PLR representa uma vitória significativa para os funcionários do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul, evidenciando a força da negociação coletiva para melhorar as condições de trabalho e reconhecer os esforços feitos em um ano desafiador. A flexibilização das metas é um exemplo claro de como a mobilização pode transformar uma situação difícil em um resultado positivo, garantindo o direito dos bancários à participação nos lucros e resultados do banco.
Fonte: Sindbancários
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